História do Curral das Freiras (com vídeo)

     A Lenda (ou história com alguns "ajustes") que vos trago hoje conta a origem da freguesia do Curral das Freiras, onde dei aulas este ano. Guardo esta história no coração, bem como aqueles que conheci neste "vale formoso".

       Há muitos anos atrás, os portugueses descobriram a ilha da Madeira. Nos barcos traziam a fé. Nos porões a esperança de encontrar um mundo novo.
       Esses portugueses, que eram homens tementes a Deus, construíram o Convento de Santa Clara, no Funchal e nele viveram nobres da corte madeirense. Como dote, os seus pais ofereceram ao Convento ouro, objetos de valor incalculável e terras. Entre essas terras encontrava-se um vale, perdido no meio dos montes, a que o povo chamava Curral da Serra, ou simplesmente “Curral”. 
Nesse lugar longínquo viviam pastores que guardavam os seus rebanhos pelas montanhas, mas também escravos e foragidos que encontravam nesse lugar remoto uma escapatória para as suas 
prisões.
       Corria o ano de 1566 quando as freiras foram importunadas nas suas orações pela chegada de barcos negros como breu, velozes como o vento, que chegaram à Praia Formosa. Eram corsários franceses que roubavam, matavam e maltratavam todos os que se cruzassem no seu caminho. Aterrorizadas e temendo pela vida, lembraram-se de acorrer a esse destino distante, inacessível, onde dificilmente as encontrariam. Embrulharam nas trouxas os objetos de maior valor, a fé e o medo, e partiram.
       Quando chegaram ao Curral da Serra, encontraram um recanto escondido dos olhos do mundo. Nesse vale formoso, envolto em montanhas e arvoredos, encontraram a paz que procuravam desde que haviam deixado o Funchal. Os pastores e os foragidos que aí viviam ajudaram-nas a encontrar abrigo, alimentos e conforto. Elas retribuíam dando aquilo que possuíam: saber e educação. Construíram uma capela dedicada a Santo António, orago da freguesia, para melhor servir a Deus, Nosso Senhor.
       A comunidade do Curral da Serra (agora conhecido por Curral das Freiras) foi crescendo. O tempo trouxe população, novas casas foram nascendo, como nasceram as fazendas e os castanheiros. A capela dedicada a Santo António perdeu-se no tempo mas com ela não se perdeu a devoção. A 17 de março de 1790, D. Maria I, Rainha de Portugal, decretou a separação da paróquia de Santo António, fundando a paróquia do Curral das Freiras, sob a proteção de Nossa Senhora do Livramento, cuja festa se celebra em agosto. Esta terra, rica em tradições, comemora ainda as Festas da Castanha e da Ginja.




Comentários

Mensagens populares deste blogue

Manhãzitos para começar bem o dia 😋

Lenda de Aldeia Nova de São Bento