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A mostrar mensagens de junho, 2019

História do Curral das Freiras (com vídeo)

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     A Lenda (ou história com alguns "ajustes") que vos trago hoje conta a origem da freguesia do Curral das Freiras, onde dei aulas este ano. Guardo esta história no coração, bem como aqueles que conheci neste "vale formoso".        Há muitos anos atrás, os portugueses descobriram a ilha da Madeira. Nos barcos traziam a fé. Nos porões a esperança de encontrar um mundo novo.        Esses portugueses, que eram homens tementes a Deus, construíram o Convento de Santa Clara, no Funchal e nele viveram nobres da corte madeirense. Como dote, os seus pais ofereceram ao Convento ouro, objetos de valor incalculável e terras. Entre essas terras encontrava-se um vale, perdido no meio dos montes, a que o povo chamava Curral da Serra, ou simplesmente “Curral”.  Nesse lugar longínquo viviam pastores que guardavam os seus rebanhos pelas montanhas, mas também escravos e foragidos que encontravam nesse lugar remoto uma escapatória para as suas  prisões.        Corria o a

Mais um ano chega ao fim...

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       Adoro e detesto o final do ano letivo. Tem um sabor agridoce que me atrai e me desagrada ao mesmo tempo. Gosto da perspectiva de mais tempo livre, de poder descansar, abrandar o ritmo (não muito), fazer coisas que gosto mas que na correria do dia-a-dia não tenho tempo para fazer... Mas o final de uma etapa é sempre custoso. Ficamos sempre com um gosto amargo na boca e uma lágrima nos olhos. Custa-me saber que vou deixar de ver todos os dias aquelas pessoas com quem partilhei tantos momentos nos últimos meses.        Consola-me a certeza de que dei o meu melhor, que lhes ensinei algumas coisas e que aprendi muitas mais. Alegro-me com a esperança que lhes trouxe e com o brilho que lhes procurei devolver ao olhar.        Orgulho-me muito destes meus alunos crescidos! Uns porque tiveram a coragem de fugir da solidão e do isolamento das suas casas, e regressar à escola, numa fase mais avançada da vida, para aprender coisas que não lhes foram permitidas quando eram crianças. A vida

Mas que bela surpresa!!!

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       Tenho andado ausente da página mas por um excelente motivo, pelo melhor dos motivos. E tenho a certeza que concordarão comigo...        Fiz uma visita de estudo a Lisboa, com parte da minha turma (fotografias na página de Facebook "Entre a planície e o mar"). Uma vez que ía ao continente, não me conformava com o facto de não visitar a minha família. Programei então as viagens de forma a que pudesse ir na sexta-feira, encontrando-me com os alunos no aeroporto, segunda de manhã. Mas não disse a quase ninguém! Só a minha mãe era nossa cúmplice. Surpreendemos o meu pai no seu local de trabalho, ainda na sexta à noite. Chegámos a Vila Nova já em plena madrugada. No sábado de manhã foi a vez de encontrar os meus avós, tios, bisavô... Todos ficaram muito felizes com esta belíssima surpresa! Foram dois dias cheios de abraços, boas conversas, convívio, risos, brincadeiras com os mais pequenos e muitos, muitos miminhos. É tão bom!        A família é, definitivamente, o nosso m

Mercado Quinhentista de Machico

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       Pensa-se que, no ano da graça de 1419, os portugueses chegaram à Madeira e a povoaram. Já se sabia que esta ilha existia. Ela já aparece em mapas anteriores a esta data. Mas foram os portugueses que aqui chegaram e a tomaram para si, tornando-a no primeiro território descoberto e povoado por europeus, fora do continente europeu. Esta condição tornou a Madeira num importante ponto de passagem, num laboratório de experimentação de modelos de colonização e na maior diocese do mundo, uma vez que todas as terras descobertas lhe pertenciam.        Neste fim-de-semana, o ambiente dessa época gloriosa foi recriado em Machico, no Mercado Quinhentista. Organizado pela Escola Básica e Secundária de Machico, este projeto cresce de ano para ano, em tamanho e em qualidade. Visito este evento desde que (eu própria) descobri a ilha. Gosto muito da envolvência que se cria, da forma como toda a população adere a esta iniciativa e veste a camisola... e as túnicas, vestidos e demais trajes de époc

A castanha e o Mercado Quinhentista

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       Desde a Pré-história que a semente do castanheiro adquiriu importância na alimentação humana, por ser bastante rica em calorias. Sabemos que os romanos e os gregos também a utilizavam, tendo sido uma importante fonte de hidratos de carbono até à chegada da batata e de outros legumes ao continente europeu.        Na Madeira, sendo uma ilha com as limitações próprias do isolamento que essa condição acarreta, a castanha adquiriu uma importância superior.        O Curral das Freiras, sendo o produtor desta semente, por excelência, desde cedo ficou conhecido pela confecção de deliciosos produtos derivados da castanha. Cozida, assada, mas também moída em farinha com a qual se faziam (e fazem) pães, broas e outros acepipes.        No Mercado Quinhentista de Machico, que comemora o achamento da ilha e recria o ambiente vivido na Madeira de quinhentos, teremos uma tenda onde os visitantes poderão provar broas, bolos, licores e outras delícias, todas confeccionadas com castanha. Faça-n

Coro do Carmo

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Hoje o Facebook recordou-me um momento lindo: a Cantata de Nossa Senhora da Conceição (o vídeo está na página). O Coro do Carmo e o Pe. Cartageno fazem parte da minha vida. Com eles partilhei oito anos onde aprendi muito, não só sobre música, mas também sobre liturgia, latim e tantas outras coisas. Há dias em que tenho muitas saudades deste grupo que se tornou uma família. Tenho saudades dos nossos ensaios, sentados nas escadas do altar, de percorrer a noite para voltar a casa (que ficava a 50km...), das nossas viagens de autocarro a cantar, de vestir a nossa farda, dos nossos concertos em sítios emblemáticos... Mas a vida é assim. Este bocadinho importante da minha vida ficou na planície, onde é o seu lugar, e resta-me guardar no coração os tão bons momentos que passámos e as amizades que fiz para a vida. Continuem a cantar "com arte e com alma"!

E sem dar conta, já passou um mês...

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       O tempo passa rápido. Os dias sucedem-se, uns atrás dos outros, num ritmo frenético. E quando nos damos conta já passou outro mês. E tão especial foi este mês! O primeiro mês desde que abri esta janela. Um mês cheio de partilhas, de histórias, de bocadinhos que se vão encaixando, nas diversas vertentes que compõem o meu mundo. Ainda não estão todos. Nunca estarão... Mas já vai dando para perceber como funcionará esta página/blog.        O fim-de-semana trará histórias, contos ou lendas, de diversas paragens, sempre de sítios aos quais estou ou estive ligada. Estas narrativas estarão no separador “Era uma vez...”.        No separador “Tradições de lá e de cá” encontrarão tradições alentejanas, madeirenses e outras, normalmente publicadas no dia em que decorrem.        Algumas curiosidades, costumes e acontecimentos históricos que retratam as vivências do nosso povo poderão ser lidas no separador “No tempo dos nossos avós”.        “Na casa da mãe Joana” poderão ter acesso a um