É de comer?

Quando a Luisinha nasceu era difícil alimentá-la. Não tinha apetite e não se esforçava muito.
Quando introduzimos o biberão, também não queria e foi uma adaptação complicada, cheia de estratégias e manhas (nossas) para que ela bebesse o leite.
Aos três meses começou a papa e a gritaria à hora de jantar. Se estava líquida, chorava. Se estava espessa, chorava. Fria, chorava. Morna, chorava. De marcas e sabores diferentes... Tentámos com colheres normais, de silicone, de todas as maneiras. Quase fizémos o pino (obviamente não chegámos a esse ponto, até porque não o conseguiria fazer...) E NADA. Choro, gritos, baba e ranho de todo o tamanho.
No  quinto mês, quando começámos com a sopa e a fruta a gritaria continuou mas começou a diminuir. Ela não achava muita piada à fruta mas parecia gostar de sopa. Havia esperança! Finalmente luz ao fundo do túnel!
Com o passar dos dias, a Luísa começou a comer a sopa e a fruta, independentemente dos ingredientes. Passado uns dias já comia papa. Agora come tudo o que lhe aparecer (quase...)! Como boa alentejana que é, adoooora pão e açorda (na versão para bebés, claro). Mas também tem o lado madeirense, não dispensando a banana e a batata doce, em detrimento da "semilha". Brócolos, beterraba, iogurtes, massa, manga, melão, melancia... a nada ela diz que não. À exceção do abacate, ao qual torce o nariz... Mas gosta de sentir os sabores, as texturas... Prefere os alimentos inteiros, ou em bocados grandes. Apanha os bocadinhos que caem na mesa da cadeira da papa e saboreia-os, um a um. Não se desperdiça nada! E quando come melancia? Agarra os cubos com as duas mãos, vai mordiscando e mastigando, o sumo a escorrer pelos braços, pela cadeira... É um momento tão prazeroso e fica tão feliz que dá gosto ver. Quem a viu e quem a vê!

       (Antes que as fundamentalistas comecem a atirar pedras, a maçaroca foi só para a fotografia.)


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