O meu primeiro Dia da Mãe

Hoje é um dia especial. Por isso mesmo, vou publicar o segundo texto do dia. Vou-vos falar da maior e melhor missão que Deus me deu: ser mãe.

Sempre quis ser mãe. Esse desejo acompanhou-me desde sempre. Chorei de alegria quando o teste deu positivo e esperei a minha filha com grande expectativa, cheia de ideias românticas e cor-de-rosa de como seria a maternidade, imaginando tardes de sábado a fazer biscoitos. Hoje sou mãe e não tenho certeza de quase nada (à exceção dos biscoitos que hei-de fazer com ela).

Quando penso no início desta minha aventura penso sempre na expressão “sangue, suor e lágrimas”. De facto, o parto foi a parte mais fácil. A Luisinha apanhou uma infeção durante o
parto e, quando nasceu, foi-me “apresentada” à pressa e foi levada para a Neonatologia. Não tivemos aquele momento mágico e tantas vezes imaginado em que ela me era colocada no colo e ficava a olhar para ela enquanto o tempo parava. Fui para o quarto sozinha. É uma solidão tão grande chegar ao quarto sozinha... Depois de quase 9 meses acompanhada, sair da sala de partos sozinha é avassalador. É uma solidão que dói muito.

Felizmente a Luisinha recuperou depressa e passado dois dias foi para o quarto comigo. Foi um misto de emoções: por um lado queria-a perto de mim; por outro, não fazia ideia de como cuidar dela. E a culpa? A eterna culpa... Não senti uma amor avassalador na primeira vez que a vi. Mas à segunda já a amei um bocadinho mais, e mais um pouco a seguir... E o tempo mostrou-me que estava enganada por me sentir culpada.

Hoje sei que a amo como nunca amei ninguém e que sou capaz de tudo por ela. Sempre que ela sorri para mim o meu coração salta de alegria e o meu dia ganha um novo sentido. Quando ela me acaricia o rosto, sei que essas mãozinhas pequeninas e rechonchudas me hão-de segurar toda a vida. É deliciosamente maravilhoso partilhar os dias com ela, ver como cresce uma menina feliz, como balbucia e ri à gargalhada, como me baba a cara toda quando se chega a mim... como me olha com os seus olhinhos grandes, vivos, curiosos, e me diz com esse olhar que também me ama.

O primeiro mês é muito desgastante e só não desesperei porque sempre tive ao meu lado um marido espetacular que se tem revelado um pai extremoso, bem como uma Mãe maravilhosa que atravessou o oceano para cuidar de mim nos primeiros dias. Aliás, uma mãe que é a grande responsável por hoje ser como sou, que me inspirou sempre com o seu exemplo de grande mulher e que me transmitiu valores fundamentais na minha caminhada.

Pensei muito antes de publicar este texto. Sei que posso ser mal interpretada mas acho que é mais importante mostrar que nem tudo é maravilhoso na maternidade. Podemos não amar os nossos filhos ao primeiro olhar, vamos ter dias em que não nos apetece mudar a fralda pela milésima vez, poderão haver dias em que desejamos poder voltar atrás no tempo e não ter tantas responsabilidades, depois de noite e noites sem dormir podemos ter vontade de mandar o bebé pela janela, fechar os olhos e dormir. Mas tudo passa. Com o tempo, tudo se vai encaixando no seu devido lugar. E os momentos bons são muito mais que os maus. E vale a pena. Vale infinitamente a pena!

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